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boletim MAIO

No post de hoje, a ideia foi conhecer um pouco mais sobre uma estrutura que é fundamental no processamento das informações sonoras. Os profissionais de saúde devem compreender a localização e funcionalidades de cada estrutura do Sistema Nervoso Auditivo Central (SNAC).  O foco da vez será uma apresentação simples e rápida dos núcleos cocleares (NCs). 

Os NCs são as primeiras estruturas do SNAC. A sua localização exata é na região lateroposterior da ponte e recebem as fibras do nervo auditivo. 

Os NCs apresentam três divisões: 

• NC dorsal 
• NC posterior ventral 
• NC anterior ventral 

Além disso, o complexo dos núcleos cocleares são compostos por três tipos de células: 

• Piramidal 
• Octopus 
• Globular 
• Multipolar 
• Esféricas 

Diante das ramificações e os diferentes tipos de células presentes nos NCs, pode se dizer que, cada área dos NCs é responsável por um arranjo tonotópico específico e muito bem organizado. Importante salientar que a análise tonotópica nos NCs são similares as encontradas no nervo auditivo, ou seja, percepção mais apurada para os sons de baixa frequência (sons graves) em relação aos sons de alta frequência (sons agudos). 

Além disso, ocorre o aumento do estímulo acústico por meio da taxa de disparos neurais. Um número maior de neurônios são direcionados a identificar as altas intensidades, sendo que, a taxa de intensidade para a grande maioria das fibras varia de 30 a 40dB, entretanto, existem algumas fibras (a grande minoria) que começam a processar intensidades mais elevadas. 

No ano de 2000 foi observado que os NCs também processam bem os tons de amplitude modulada.  

A citoarquitetura (estudo da composição celular dos tecidos do corpo por meio de um microscópio) dos NCs varia muito entre os seres humanos e animais. Estas diferenças ainda não são claras, portanto, deve-se ler as pesquisas em animais com certa restrição, visto que as respostas podem não ser as mesmas que as encontradas nos seres humanos. 

A literatura relata uma forte conexão entre os NCs com a percepção de zumbido. Uma explicação estaria relacionada a região em que esta estrutura está inserida e por ser um receptor direto da entrada do nervo auditivo. Em vista disso, problemas no nervo auditivo poderiam ser manifestadas a longo prazo na região dos NCs. 

Indivíduos expostos ao ruído parecem apresentar uma hiperestimulação nos núcleos cocleares o que geraria alterações agudas e crônicas nesta estrutura e, em consequência, proporcionaria uma percepção equivocada de som, ou seja, o zumbido. 

Assim sendo, quando se analisa pacientes com zumbido dever-se-ia atentar aos procedimentos de avaliação que seriam capazes de investigar as propriedades dos núcleos cocleares.  

Referências Bibliográficas:  

1. Cacace, A. T., Brozoski, T., Berkowitz, B., Bauer, C., Odintsov, B., Bergkvist, M., et al. (2014). Manganese enhanced magnetic resonance imaging (MEMRI): A powerful new imaging method to study tinnitus. Hearing Research 311, 49–62. 

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1. Musiek, FE; Baran JÁ. The Auditory System: anatomy, physiology and clinical correlates. San Diego, CA: Plural Publishing. 2020. 

1. Wouterlood, F. G., & Mugnaini, E. (1984). Cartwheel neurons of the dorsal cochlear nucleus: A Golgi-electron microscopic study in rat. Journal of Comparative Neurology 227, 136–157. 

1. Wu, C., Martel, D. T., & Shore, S. E. (2016). Increased synchrony and bursting of dorsal cochlear nucleus fusiform cells correlate with tinnitus. Journal of Neuroscience 36(6), 2068–2073.